quinta-feira, 10 de maio de 2012

Estudo mostra que cérebro de jogadores de futebol é bom em planejamento.

Por The New York Times em 29/04/2012. 
AFP PHOTO/ADRIAN DENNIS
Lionel Messi observa movimentação do Barcelona em jogo contra o Chelsea; para se tornar um bom jogador, é preciso ter funções executivas potentes

Lionel Messi observa movimentação do Barcelona em jogo contra o Chelsea; para se tornar um bom jogador, é preciso ter funções executivas potentes
    Atletas musculosos raramente são inteligentes, segundo o estereótipo. Porém, um novo estudo relata que o cérebro dos jogadores de futebol na verdade possui excelentes funções executivas, os processos cerebrais responsáveis pelo planejamento e pensamento abstrato. Além disso, quanto mais próximo da categoria de elite estiver o jogador, melhores serão essas funções.

    Essa habilidade se chama inteligência para o jogo e é "muito, muito necessária para o modo como tomamos decisões", afirmou Predrag Petrovic, um dos autores do estudo e neurologista do Instituto Karolinska, na Suécia. "É uma forma de trabalhar com as informações rapidamente e tomar decisões sobre o ambiente."

    Petrovic e seus colegas analisam as descobertas no periódico PLoS One.

    Os pesquisadores mediram a função executiva usando um teste padronizado chamado D-KEFS, que avalia as habilidades para solução de problemas, uso de criatividade e estabelecimento de regras.

    Jogadores de elite

    As pontuações mais altas foram dos jogadores de futebol da liga de elite da Suécia e atrás deles ficaram os jogadores de uma divisão inferior. Os avaliados que não eram jogadores ficaram atrás dos dois grupos de jogadores. As diferenças foram significativas, afirmou Petrovic. Os jogadores de elite ficaram entre os 2% melhores em comparação com a população em geral.

    Os pesquisadores acompanharam alguns dos jogadores em duas temporadas e descobriram que os que conseguiram as melhores pontuações nos testes faziam mais gols e jogadas a gol.

    Não está claro se os atletas adquiriram essas funções com o tempo ou se eles as herdaram.

    "Nossa hipótese é que sejam ambos", afirmou Petrovic. "O indivíduo não consegue se tornar um bom jogador se não possuir funções executivas potentes, no entanto sempre é possível aprimorar a função executiva pelo treinamento", afirmou.