sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Roleta russa do sexo desafia a morte entre jovens em Campinas SP

Prática conhecida como bareback tem adeptos em Campinas e é comum entre jovens gays

Prática conhecida como bareback tem adeptos em Campinas e é comum entre jovens gays


Orgias sexuais sem o uso de preservativo e com a participação de pelo menos uma pessoa infectada pelo vírus HIV, mas ninguém pode saber quem é. Essa verdadeira “roleta russa do sexo” coloca jovens gays adeptos do chamado bareback ou barebacking, que possui seguidores também em Campinas, na mira da morte. Em páginas da internet é possível encontrar grupos locais que afirmam praticar sexo anal desprotegido, de forma intencional.

A psicóloga e terapeuta sexual Arlete Gavranice, coordenadora do Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia (Isexp), afirma que a suposta “brincadeira” é extremamente perigosa.

Em pesquisa na internet com as palavras “Campinas” e “barebacking”, é possível achar pessoas que procuram pela prática sexual, principalmente em comunidades de redes sociais destinadas ao público homossexual. Há rapazes que se oferecem para sexo grupal entre homens adeptos ao “bare”.

Também há relato de quem pratica com desconhecidos, no estacionamento da Lagoa do Taquaral durante a madrugada, local conhecido como “malhômetro”. Um grupo de chat virtual entre campineiros reúne 273 pessoas.

 
A terapeuta sexual explica que há quem deixe de usar a camisinha por pura rebeldia e outros por acomodação, já que acreditam que com a criação do coquetel, ninguém morre mais de Aids. Pura balela, claro. “O sexo anal é o com maior risco de contaminação”, afirma.



EXCITANTE

A palavra bareback vem do inglês e traduz um estilo de montaria em animal sem o uso da cela. Segundo a galera que pratica, em sua maioria homens homossexuais, o objetivo não é exatamente contrair o vírus do HIV, mas sim o “prazer” de se submeter ao risco de ser contaminado. Para eles, este perigo é “excitante”. “No pico do prazer, o nível de consciência do que estão fazendo de fato fica rebaixado, mas no fundo, a expectativa é de que nada de mal vai acontecer”, explica Arlete.

CASOS DE AIDS
Segundo o Boletim Epidemiológico Aids/DST divulgado pelo Ministério da Saúde, o número de jovens gays entre 15 e 24 anos, contaminados pelo HIV, cresceu 10,1% nos últimos 10 anos. Nessa faixa etária, o número de casos entre os gays é 60% maior em relação aos heterossexuais.


Fonte: www.rac.com.br, em 22/02/2012