terça-feira, 6 de dezembro de 2011

4,6 milhões de brasileiros vivem em áreas com risco de epidemia de dengue

No dia do lançamento da campanha nacional de combate à dengue, o Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (5), em Brasília, o mapa da doença no país.  Das 561 cidades pesquisadas, 48 municípios - onde vivem cerca de 4,6 milhões de pessoas - apresentaram riscos reais de epidemia de dengue, entre eles, três capitais: Cuiabá (MT), Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO).




A avaliação, resultante do Liraa 2011 (Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti), identificou que 236 cidades, incluindo 14 capitais, estão em estado de alerta e outras 277, das quais 10 são capitais, possuem índice satisfatório.
A mostra de municípios estudada representa cerca de 10% da totalidade dos municípios brasileiros. Neste ano, houve um aumento de cidades pesquisadas – de 427 em 2010 para 653 em 2011, no entanto, apenas 561 encaminharam os dados para o ministério sobre as cidades selecionadas.
Segundo o secretário de Vigilância Sanitária do Ministério, Jarbas Barbosa, a seleção da amostra do Liraa abrange cerca de 96 milhões de pessoas, incluindo todas as capitais, as cidades médias, com maior densidade populacional e que sejam polos turísticos. O governo pretende ano a ano aumentar o número de municípios analisados.
 “Este estudo visa exatamente chamar a atenção do que está correndo em cada município, em cada bairro. Quem atuar bem, nós vamos ter em janeiro, na segunda rodada do Lira uma redução deste índice de infestação”, definiu Barbosa.

“Quem tem um índice de infestação alto, obviamente esta não é a única variável, mas tem um risco muito grande de ter uma epidemia no verão”, alertou.

Iniciada em dezembro, a campanha pretende antecipar a conscientização da população sobre os riscos da epidemia da doença que tende a crescer no verão e nos períodos de chuva, entre janeiro a maio.
Casos
Até novembro deste ano, foram notificados 742.364 casos de dengue – número cerca de 25% menor que no mesmo período em 2010, quando foram registrados 985.720 casos.
De acordo com o ministério, a doença matou 468 pessoas de janeiro a setembro de 2011. Em 2010, o número de mortes chegou a 629 no mesmo período.
Criadouros
A pesquisa verificou que em cada um das cinco regiões do país os criadouros do mosquito que transmite a doença se concentram de forma diferente.  Nas regiões Norte e Centro-oeste e Sul, há predominânciade criadouros nos resíduos sólidos dos lixos.  No Nordeste, a maior concentração foi encontrada em caixas d´água, tambores e poços onde os moradores armazenam água, em 72,1% dos casos.  Já no Sudeste, eles estão localizados em depósitos domiciliares, como vasos, ralos, piscinas, pneus velhos, por exemplo.