segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Segundo turno é bom até para Dilma

Por Gilberto Dimenstein

A oposição tentou pregar em Dilma a imagem de um boneco ventríloquo de Lula. Se ela for eleita, podem apostar que, apesar de estar atenta ao ex-presidente (até por falta de opção), vai tentar imprimir marcar própria, afinal tem um temperamento forte. Mas a verdade é que ela é uma opção pessoal do presidente e as pessoas têm uma sensação (correta) de que a conhecem pouco.

Por isso, o segundo turno é bom para todos. E também para Dilma.

Num país com baixa formação política e deficiências educacionais (vejam a vitória de Tiririca), o segundo turno é uma chance de expor com mais detalhamento as ideias, aumentar os confrontos, extrair mais tendências, expor fragilidades --e, claro, fortalezas. Fica menos fácil se esconder nas regras que engessam tanto os debates, impedindo o confronto.

Ganha o eleitor com a maior transparência. Ganha o candidato que, eleito com mais apoios, chega ao poder com maior legitimidade.