E mais uma vez não passamos das quartas. Os motivos, a partir de agora, serão muitos. Para os mais entendidos, questões táticas e falhas individuais serão apontadas como os principais fatores para a eliminação do Brasil. Para os que colocam o coração à frente de tudo, a culpa foi do Dunga que não convocou os meninos do Santos, Ronaldinho Gaúcho e outros queridinhos do povo.
Apesar de todas as desculpas, o que merece ser atenção especial de todos, mesmo no momento de maior revolta por não estarmos mais entre os melhores do mundial, são os lances capitais que culminaram nos gols holandeses.
No primeiro, a falta de comunicação do considerado melhor goleiro do mundo, Júlio César, com Felipe Melo, foi o ponto que determinou a divisão entre a tranquilidade e o desespero dos jogadores e de todos os torcedores brasileiros. Não importando mais de quem seja a culpa, o fato é que a vaca foi pro brejo e muito mais tarde do que a maioria esperava.
Emoção e responsabilidade
Assim como foi dito ontem, a camisa realmente pesa. O lance capital do jogão entre Uruguai e Gana foi a mão salvadora do atacante Suárez, que representa um pouco da malandragem dos sulamericanos perante a força e velocidade dos africanos. Não estamos entrando agora no mérito do ético, mas sim que o lance, que muita das vezes é visto somente em pelada, foi o diferencial. Que salvou o Uruguai da eliminação, no último segundo da prorrogação.
Se a camisa pesa a favor do Uruguai, o peso de carregar a África foi demais para Gana, que nos pés de Gyan, que era apontado como um dos principais jogadores desta edição do mundial, desperdiçou a cobrança, acertando o travessão. Daí, o que se viu foi o gigante goleiro Muslera, que defendeu duas vezes, e coube ao botafoguense Loco Abreu, que pela terceira vez acertou seu pênalti, com direito à cavadinha.
O fim da ‘Era Dunga’
De forma melancólica, a ‘Era Dunga’ se despediu da Copa da África do Sul com derrota para a Holanda. Como em 2006, na Alemanha, quando a França venceu por 1 a 0, a eliminação nas quartas-de-final veio diante de uma seleção européia. Nas quatro Copas em que a Seleção Brasileira foi eliminada nessa fase, a derrota veio sempre para europeus. Em 54, na Suíça, a Hungria do craque Puskas venceu por 4 a 2. Já em 86, com uma seleção repleta de craques, a Seleção Brasileira foi derrotada novamente pela França, nos pênaltis.
- Com a eliminação da atual campeã, Itália, o Brasil ainda continuará como a única pentacampeã mundial até 2014.
- Desde 94, nos EUA, a Seleção Brasileira não ficava duas Copas sem ser campeã. Em 98, na França, foi vice. No Japão e Coréia do Sul, o Brasil foi campeão. Em 2006 e 2010, a derrota veio nas quartas-de-final.
- A Holanda empatou em 2 a 2 os jogos decisivos contra o Brasil. Em 74, na Alemanha e 2010, os holandeses saíram vencedores. Já em 94 e 98, a Seleção Brasileira venceu.
