quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Pensar na prevenção dos comportamentos de risco dos adolescentes no Verão


Verão é sinônimo de sol, calor, praia, férias, tempo livre, festas, raves, saídas à noite, paixões…

A Adolescência, por ser uma fase de crescimento e desenvolvimento, é um período de grande vulnerabilidade. Para os adolescentes, o futuro é o agora e o presente para sempre, sendo o tempo uma variável ilógica entre o poder e a escolha. Talvez por isso se aventurem ao máximo em cada experiência que vivenciam.

Ao adolescente está inerente o conceito de risco que hoje se estende para variáveis sociais e de comportamento. Paralelamente, surge o conceito de fator protetor, utilizado como mecanismo de prevenção, mas que pode também visar qualidade de vida.

A adolescência é uma fase de experimentação de vários comportamentos. É o período em que a ex-criança começa a assumir o controle da sua vida social: é ele (a) que escolhe para onde vai, com quem, adquirindo, inclusive, maior autonomia para se deslocar fisicamente. Os pais passam a ser mais espectadores e não mais parte ativa necessária para programar o lazer das crianças. Assim, o jovem experimenta novos contactos sociais, novas actividades de lazer e está mais propenso ao convívio com os amigos, muitas vezes adaptando comportamentos de risco, pela pressão exercida por estes ou por simples curiosidade.

Como já foi referido, a curiosidade natural do adolescente impulsiona-o a experimentar novas sensações e prazeres, em função da realização a curto prazo, e o álcool e a droga proporcionam-lhe isso. A “cultura rave” vem ampliando a oferta e o uso de algumas drogas bem como o consumo de álcool. Em algumas raves, por vezes, o acesso à droga é fácil, o que torna possível ao jovem satisfazer este tipo de curiosidade. Por vezes, a ingestão destas substâncias compromete o juízo crítico do jovem, levando-o muitas vezes a adaptar comportamentos de risco, tais como práticas sexuais desprotegidas que, num estado sóbrio, provavelmente não os adaptaria.

As práticas sexuais e o consumo de substâncias são identificados como fontes potenciais de risco, constituindo os adolescentes o grupo etário com maior susceptibilidade de contrair doenças sexualmente transmissíveis.

Como é do conhecimento geral, o uso do preservativo constitui o método mais eficaz para prevenir doenças sexualmente transmissíveis. Note-se que estas doenças, numa fase inicial, são maioritariamente assintomáticas, ou seja, um indivíduo pode ser portador sem ter conhecimento, o que aumenta ainda mais o risco do contágio, de forma inconciente. Um dos problemas para a saúde dos jovens é a SIDA. A transmissão do HIV faz-se por via sexual e os adolescentes necessitam ser esclarecidos de que o vírus não está mais circunscrito aos chamados grupos de risco, mas envolve todos, independentemente da classe social, raça, sexo, idade, crença religiosa, desde que não se protejam nas suas relações sexuais. É muito comum os adolescentes pensarem que “nunca vai acontecer” e que estão imunes a qualquer perigo.

Assim, cabe à família, professores/educadores e sociedade em geral profissionais de saúde, educar para uma sexualidade saudável. Suportados pelo apoio da enfermagem os adolescentes poderão ser alertados para os perigos das relações sexuais desprotegidas, canalizando esforços no sentido da prevenção, com ênfase no sexo seguro ou, quando isto não parece possível, na a prevenção do sexo casual com múltiplos parceiros (tão comum na adolescência) e na promoção do uso de preservativos, com a premissa de que a sexualidade é um dos aspectos mais importantes da adolescência, uma vez que é nesta fase da vida do ser humano que a identidade sexual se forma.

Por outro lado, é importante também educar para os malefícios do abuso de substâncias, pois para muitos autores a pedra angular reside na educação para a saúde. Se os adolescentes compreenderem o que é o consumo excessivo do álcool e outras drogas e os riscos que estes implicam, estarão mais preparados para aceitar medidas restritivas.

Fonte: http://www.ordemenfermeiros.pt/index.php?page=72&view=news:Print&id=1030&print=1 Carolina Ferreira Pereira de Oliveira - Mestre em Ciências de Enfermagem